
Neurodiversidade e Ensino de Inglês: benefícios cognitivos reais
Descubra como o ensino de inglês pode fortalecer funções cognitivas e apoiar a neurodiversidade com estratégias inclusivas e eficazes.
6/3/20252 min ler


Ensino bilíngue e neurodiversidade: fortalecendo funções executivas na aprendizagem
O que é neurodivergência?
Neurodivergência (ou neurodiversidade) é um termo abrangente que inclui condições como autismo, TDAH, dislexia, dispraxia e discalculia. A Semana da Neurodiversidade é celebrada no Reino Unido todo mês de março, oferecendo uma oportunidade valiosa para promover discussões sobre as diferentes formas de funcionamento cerebral, percepção do mundo e modos de interação.
O que são funções executivas — e por que isso importa?
As funções executivas são habilidades cognitivas essenciais que nos ajudam a planejar, organizar, controlar impulsos, tomar decisões e administrar o tempo. Em contextos educacionais, essas habilidades incluem:
Memória de trabalho
Controle inibitório (inibição de respostas automáticas)
Flexibilidade cognitiva
Planejamento e organização
Regulação emocional
Monitoramento e autoavaliação
Como as funções executivas são afetadas em pessoas neurodivergentes?
Pessoas neurodivergentes frequentemente enfrentam desafios relacionados a uma ou mais dessas funções executivas. Esses desafios se manifestam de maneiras variadas, dependendo da condição específica. Por exemplo, crianças com TDAH podem ter dificuldades em manter o foco ou controlar impulsos, enquanto indivíduos com dislexia podem enfrentar barreiras na memória de trabalho verbal.
Neurodivergentes podem aprender novos idiomas?
Sim! A menos que haja uma recomendação profissional específica contrária, pessoas neurodivergentes podem aprender outros idiomas — e se beneficiam muito disso. A aprendizagem de uma nova língua pode ser uma poderosa aliada no desenvolvimento cognitivo, emocional e social desses alunos.
Quais são os benefícios do bilinguismo para alunos neurodivergentes?
Embora os benefícios mais conhecidos do bilinguismo sejam profissionais e educacionais, os ganhos sociais e culturais também são significativos. Aprender a língua de origem da família, por exemplo, fortalece laços culturais e emocionais. Além disso, conhecer outros idiomas amplia possibilidades de socialização e experiências internacionais.
Do ponto de vista cognitivo, os benefícios são ainda mais surpreendentes. Falar dois ou mais idiomas estimula diretamente as funções executivas, justamente aquelas que costumam estar alteradas em pessoas neurodivergentes. Isso ocorre porque o cérebro bilíngue precisa alternar entre os idiomas e inibir o uso do idioma não desejado — e esse processo fortalece áreas cerebrais relacionadas ao controle, atenção e flexibilidade.
Evidência científica
Pesquisas da renomada psicóloga Ellen Bialystok, da York University, mostram que crianças bilíngues superam monolíngues em tarefas que exigem atenção controlada e esforço cognitivo. Esses estudos indicam melhorias significativas em:
Memória de trabalho
Capacidade de foco
Inibição de respostas impulsivas
Flexibilidade para alternar tarefas ou estratégias
🔗 Leia mais sobre as pesquisas de Bialystok (York University)
Como apoiar o aprendizado de línguas em alunos neurodivergentes?
A chave é reconhecer as necessidades e fortalezas individuais de cada aluno e adaptar o ensino de idiomas ao seu estilo cognitivo e sensorial.
Crianças pequenas, por exemplo, aprendem de forma mais intuitiva, utilizando o hemisfério direito do cérebro, relacionado à musicalidade, emoção e intuição. Por isso, utilizar métodos lúdicos, multissensoriais e afetivos pode ser uma excelente forma de minimizar barreiras e tornar o aprendizado mais natural.
Além disso, ambientes rígidos e baseados apenas em memorização podem tornar mais evidentes dificuldades com atenção, regulação emocional ou memória de trabalho. Adotar metodologias mais humanizadas pode fazer toda a diferença.
Conclusão
Aprender um segundo idioma é mais do que uma habilidade escolar: é uma ferramenta para fortalecer funções executivas, ampliar horizontes culturais e promover inclusão. Para alunos neurodivergentes, o bilinguismo pode ser uma ponte poderosa entre desafios e potencialidades.